terça-feira, 30 de março de 2010

Aquele menino

Sempre foi um menino.

Quando eu o conheci, no auge dos seus oitenta anos, ele já era um menino.
Um menino que corria, saía, não se deixava prender,
nunca.

Era um menino que - sem se dar conta - corria como tal, cantarolava, vibrava.
Sempre viveu como um menino.

Mas certo dia o menino começou a ficar ainda mais menino, e mais, e mais...
e mais.

A força e a beleza dos lindos olhos azuis, os terninhos de menino, o boné,
os anos 20, os anos 30 - os 40, e os 50 -, vão voltar para o menino.

Que agora, mais uma vez, será um homem,
e para sempre um menino.