domingo, 18 de dezembro de 2011

Santos 0x4 Barcelona

Termina a final do Mundial de Clubes e, além dos quatro gols do Barcelona, alguns pontos revelam por que o Santos perdeu de forma tão natural e fácil.

Primeiro, mas não definidor, o Barça é atualmente o melhor time do mundo e marca época - como fizeram o Santos de Pelé e o Real Madrid de Di Stéfano, por exemplo. Porém, como qualquer equipe de futebol, o time catalão não é imbatível.

Talvez por acreditar que pudesse encarar o Barça, o Santos não entrou para jogar com a vontade e a atenção necessárias. Em 2005 e em 2006, São Paulo e Internacional jogaram pior que seus adversários europeus na final do Mundial, mas, querendo vencer e jogando por uma bola, buscaram o título!

Terceiro ponto, Muricy Ramalho errou. O Barcelona é um time recheado de craques, mas um jogador em especial é gênio - ou quase isso. Messi não sofreu marcação individual durante a partida e contra a pesada e mediana zaga do Santos teve liberdade para tabelar, dar passes e marcar gols. Se Muricy tivesse acertado na escalação e no posicionamento do time, a tarefa já seria difícil. Errando, então, decidiu o campeonato para o time da Catalunha.

O zagueiro Durval fez uma partida ridícula e falhou nos dois gols iniciais do Barça, o que definiu o confronto nos primeiros 25 minutos.

P. H. Ganso fez uma partida digna de um gênio veterano - ou seja, não fez nada. Lembrou Rivaldo e o ex-craque santista Giovanni em seus último momentos no futebol. Mas com um problema, Ganso tem 22 anos e mostrou a mesma bola que jogadores que estão chegando nos 40. Com o perdão do trocadilho, Paulo Henrique tem talento, mas está lento. Não é jogador para dar três toques de calcanhar por jogo e só, tem que acordar pois tem potencial para ser um dos grandes camisas 10 do futebol mundial.

Neymar. A Jóia da Vila é muito boa e decide tudo por aqui. Com a partida ainda 0x0 teve duas arrancadas para pensar em uma investida ofensiva para o Santos, mas nas duas vezes tentou atravessar os marcadores do Barça como se jogasse contra os defensores do Santo André, do Figueirense, do Naviraiense ou da Ponte Preta e, claro, não deu em nada. Qualquer comparação com Messi, ainda, é um total exagero.

Outra questão do jogo esteve na postura não ofensiva do Santos. O time que não sabe defender nem dentro do futebol brasileiro, foi contra sua vocação e tentou se defender diante de um dos times mais atacantes e eficientes do futebol mundial. Se tivesse atacado seria difícil, mas defendendo - errado, como foi - e sem a vontade necessária, não houve como vencer.

Da parte do Barcelona fica o exemplo, para o Brasil e para o mundo, de como se jogar e gerenciar o futebol. Ofensivo e criativo desde as categorias de base, o Barça marca uma era. Estamos vendo o Barcelona de Messi!