domingo, 25 de abril de 2010

Paulistão 2010


Saldo do Campeonato Paulista 2010: Santos incontestável campeão; grandes e empolgantes confrontos nos clássicos; boas surpresas do interior, casos de Santo André, Grêmio Prudente e Botafogo de Ribeirão Preto; e a certeza de que o número de participantes e a fórmula do certame devem ser revistos.

No início do campeonato, bastava uma rápida olhada na tabela e ficava evidente o número de jogos chatos, e conseqüentemente sem público, que teríamos ao longo dos 4 meses de disputa. A não ser por alguma eventualidade - como um jogo de estréia; o confronto contra um dos 4 grandes; ou o fato, raro, de alguma equipe do interior fazer uma boa campanha, caso do Botafogo-SP esse ano -, quase ninguém perde tempo para assistir aos jogos que envolvem Rio Claro, Ituano, Oeste, Mogi Mirim, Monte Azul, Mirassol, Sertãozinho, só para citar alguns exemplos. Ou seja, é evidente que a formula do Paulistão esta errada, inchado de clubes pequenos o campeonato se tornou desgastante para os grandes - que pensam em Libertadores e Copa do Brasil -, e cansativo para quem acompanha - tanto o torcedor de time pequeno, médio ou grande. No mínimo a fórmula de disputa deveria ser revista pela Federação Paulista.

O futebol do interior do estado não é o mesmo que já foi um dia. Ponte-Preta, Novorizontino, Ferroviária, Inter de Limeira, São Caetano - entre outras equipes -, cada uma em seu tempo, já fizeram bonito dentro do certame, mas é evidente que alguns dos clubes que atualmente disputam o Paulista, não tem condições de disputar um campeonato contra Santos, São Paulo, Corinthians e Palmeiras. Mesmo assim, e, talvez, especialmente por isso - pela fraqueza de alguns dos outros times do interior - são louváveis as campanhas de Sto. André, Prudente e Botafogo. Com folha salarial muito mais baixas que, por exemplo, o Palmeiras, essas equipes montaram bons times e fizeram frente aos grandes.

Já sobre os clássicos, é inegável que nesse primeiro semestre tivemos ótimos confrontos entre os principais times do estado de São Paulo. Vale lembrar alguns desses jogos: a vitória do Corinthians sobre seu principal rival, o Palmeiras, depois de uma longa seca, por 1x0; o confronto pegado e com muita discussão pós-jogo entre Santos e Corinthians; a virada na raça do Palmeiras, mesmo em crise, diante do badalado Santos na Vila; e o segundo tempo sensacional do São Paulo contra o Santos no primeiro jogo da semifinal. É impossível, também, esquecer a boa Portuguesa - aliás, jogos dos quatro grandes contra a Lusa é clássico ou não? -, que não perdeu para ninguém e foi um dos responsáveis, com a vitória por 3x1 no Morumbi, a ajudar o São Paulo F.C. a atingir uma marca histórica dentro do Paulistão - a façanha tricolor de não marcar nenhum ponto contra seus grandes rivais.

Por fim, vale ressaltar o bonito, bom, e de resultado, futebol dos meninos da Vila. De maneira incontestável - ainda mais depois da vitória deste domingo no primeiro jogo das finais, diante do Sto André - o Santos será campeão Paulista em 2010. Sob o comando do técnico Dorival Junior, Robinho, Neymar e P.H. Ganso estão jogando o fino da bola. Sem o falso “puxa-saquismo”, constante em boa parte da imprensa de São Paulo, o Santos foi o melhor time do primeiro semestre e por isso irá levantar a taça de campeão.

domingo, 11 de abril de 2010

O futebol é mesmo injusto


Embora para a maioria das pessoas o Santos fosse franco favorito diante do São Paulo, no jogo da semifinal deste sábado pelo Campeonato Paulista, eu - pessoalmente - acredito que os clássicos, exatamente por se tratarem de clássicos - e mexerem com um vasto histórico de rivalidade, camisas de peso e grandes jogadores -, não tenham favoritos. Parafraseando o brilhante filósofo da bola Jardel: “clássico é clássico, e vice-versa”.

Bastou rolar a bola no Morumbi e o que se viu foi um total equilíbrio nos minutos iniciais de jogo, com um leve domínio tricolor. Contudo, para acabar com a igualdade no confronto, o são-paulino Junior Cesar, ao tentar afastar uma bola dentro da área, foi infeliz e mandou a redonda contra o próprio patrimônio, abrindo o placar para o Santos. Aí, finalmente um dos tão badalados meninos da vila começou a jogar a bola, exatamente de quem se espera mais, o habilidoso Robinho.

O menino da geração 2002 abriu seu repertório de dribles e fez um grande clássico (mandando inclusive bola no travessão), muito superior aos meninos da nova geração PH Ganso e Neymar. Ainda no primeiro tempo, com o São Paulo morto, André aproveitou jogada de Neymar - que contou com muita sorte no lance - e dentro da pequena área fez 2x0 para o peixe.

Assim como no clássico contra o Palmeiras, na Vila Belmiro, o pensamento geral foi: “o Santos vai golear outra vez”. No entanto, também, exatamente como contra o Palmeiras o Santos foi surpreendido.

Para o segundo tempo no Morumbi, Ricardo Gomes promoveu uma alteração - saiu Washington e entrou Cicinho - para tentar suprir a falta de um jogador, causada pela infantil e estúpida expulsão de Marlos poucos minutos antes do segundo gol do peixe. Mesmo com 2x0 contra no placar e dez homens em campo foi o São Paulo que partiu para cima do rival. Logo no começo Hernanes, como sempre, chamou o jogo para si e marcou um gol de extrema precisão, feito que deu novo ânimo ao tricolor.

Dagoberto, bom nome do São Paulo que alterna partidas muito boas com jogos onde apenas tenta cavar faltas e reclamar com o juiz, também resolveu entrar no confronto, em alguns minutos o tricolor já empolgava. Com um a menos o São Paulo fez o Santos recuar, até o próprio Dagoberto, jogando com muita raça - principalmente depois de receber uma cotovelada na boca, de Paulo Henrique Ganso -, empatar de cabeça.

O empate era justo e merecido, o São Paulo fazia, e fez, seu melhor jogo no ano. No entanto o futebol não é justo. O Santos não dava show, Neymar só havia feito uma boa jogada em toda a partida e Ganso quase nada. Em um cruzamento, no finalzinho da partida, que poderia ter sido cortado por Rogério Ceni o São Paulo vacilou e o santista Durval cabeceou, de rosto, para as redes tricolores. Santos 3x2 São Paulo, “clássico é clássico, e vice-versa”

terça-feira, 6 de abril de 2010

Lionel Messi


Há tempos que eu não parava para assistir uma partida do Barcelona - na verdade nem lembro quando foi a última, acho que foi na final do Mundial de Clubes contra o Estudiantes- ARG -, mesmo sabendo que se trata de uma equipe que quase sempre vence seus jogos (muitas vezes por goleada), por algum motivo não me empolgava em parar para ver os jogos de Messi e companhia. Na verdade a culpa não é do Barça, mas sim dos seus fraquissimos adversários, não consigo parar pra ver Barcelona x Albacete; Barcelona x Málaga; Barcelona x Reacreativo Huelva; pois, talvez por um preconceito besta em relação a algumas praças do futebol europeu, sinto o futebol espanhol como um campeonato de dois times, mais ou menos como um Gauchão. Sempre ganha o Barcelona ou o Real Madrid, vez por outra um Atlético de Madrid, ou ainda um Valencia, levanta a taça (que, guardadas as devidas proporções, são espécies de Juventude e Caxias para a relação da dupla Gre-Nal no Campeonato Gaucho).

No entanto, hoje lembrei que teria o jogo de quartas-de-final da Champions League, Barcelona x Arsenal, e pensei: “Tenho que ver o Messi jogar”. Sem sombra de duvida o baixinho, que - de maneira nada fácil para ele, Messi - é constantemente comparado a Diego Maradona, esta jogando indiscutivelmente o melhor e mais bonito futebol do planeta.

Contra o Arsenal era de se esperar um jogo mais difícil, pois se trata de um time inglês, não de um Albacete, ou um Almeria da vida. Se trata de um dos três times que briga pelo titulo nacional mais disputado, e de maiores investimentos, do mundo, o Campeonato Inglês. Bendtner até surpreendeu ao marcar o gol do Arsenal rapidamente, mas o time inglês não era páreo para o Barça, e mais que isso, não era obstáculo nenhum para o futebol de Lionel Messi.

Em apenas um tempo, numa atuação clássica de Maradona - Puskas, Pelé ou Cruyff -, Messi acabou com um dos melhores times do mundo. Goleou sozinho, e ponto! Três gols no primeiro tempo, um no segundo - sendo pelo menos dois desses verdadeiros golaços.

Messi não é normal, nem nunca foi - obvio! Messi não é Maradona, e nem Pelé, e talvez nem jogue toda essa bola na Copa do Mundo, mas já figura entre os maiores futebolistas de todos os tempos. Atualmente é o melhor jogador de futebol do planeta, “Gracias Messi!”.